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  • 1º Dia
    24 de fevereiro, terça-feira
    Das 14h às 18h

    PROCESSO CRIATIVO

    Processo Criativo

    Pesquisas recentes no campo chamado de criatividade confirmam o que mentores, treinadores esportivos e outros profissionais já percebiam há tempos: feitos extraordinários são realizados normalmente por pessoas comuns com alto grau de foco, curiosidade intensa e uma relação passional com o que fazem. Muitas dessas descobertas frequentemente modificam ideias por trás de noções populares como talento, ócio criativo, inspiração e intuição.

    Nosso conhecimento sobre criatividade já não depende mais apenas dos depoimentos pessoais de entrevistados, que podem induzir a mal entendidos. Podemos recorrer às novas tecnologias como tomografia computadorizada, ressonância magnética funcional e estimulação magnética transcraniana que contribuíram para o fato de que, nos últimos 15 anos, passamos a entender mais sobre o funcionamento do cérebro (não necessariamente da mente) do que em toda a experiência humana anterior.

    As pesquisas do professor Charles Watson são uma tentativa de discutir algumas dessas descobertas e sua pertinência para uma compreensão mais ampla desse problema complexo. A palestra de 4 horas vai traçar analogias entre sistemas biológicos, seu uso de informação aleatória e como isso se relaciona com a necessidade de usar “informação inútil” no processo criativo.
  • 2º Dia
    25 de fevereiro, quarta-feira
    Das 14h às 18h

    O Olhar do Curador

    Curadoria de Jovens Artistas

    O trabalho de um curador pauta-se no acompanhamento interessado, tão constante quanto possível, do processo de pensamento e produção artística. No caso de jovens artistas, esse acompanhamento é mais complexo pois, ao contrário do artista maduro - portador de um lastro prático/conceitual sólido, que prossegue através de rotas estabelecidas através de um conjunto considerável de experiências, o principiante incursiona por um território que ele praticamente desconhece, impulsionado por forças, combinadas em doses variadas:

    1. o amor por obras de outros artistas, obras que lhe servirão de alento e referência;

    2. intuição

    3. disciplina

    A primeira parte do módulo O Olhar do Curador traz palestra de 2h com o professor Agnaldo Farias. Agnado mostrará com base em suas vivências como o curador converte-se em cúmplice dessas pesquisas, discute cada passo com seus responsáveis, o que inclui até aonde e o modo de apresentar as obras resultantes.

    "O trabalho do curador funda-se numa aposta cujo principal cacife é a paixão. Pois, diferentemente do trabalho realizado junto a artistas maduros, no caso do contato com o jovem artista é frequente que o seu texto sobre uma sua obra seja o primeiro, e a possibilidade de exibi-lo, uma honra, um prazer e um risco."

    Juntando Pensamentos

    A construção da pintura implica em uma perda. Não se trata de uma perda objetiva, mas de uma disposição para a perda, uma "perda para somar". Perder naquilo que antecede e naquilo que decorre, na depuração entre pensamento e registro, em direção ao fato. Perder em decisão, em intenção, em controle, em projeto e em ação física, compreendendo tais perdas como componente da complexidade daquilo que pode advir do desconhecido. Sem essa disposição para a perda atuamos apenas no âmbito do reconhecível, de onde não advém qualquer depuração, ao invés de agirmos na construção de uma realidade.

    Qual seria o valor de uma arte que não assume as perdas que lhe sejam consequentes, que não inaugure um sentido próprio, algo imaginado em sua própria situação? E por que retornar a um conteúdo já existente, quando temos a possibilidade de invenção de um conteúdo próprio? É por meio da construção do sempre simbólico que a arte nos faculta o circuito entre o sentido e o não-sentido, ampliando nossa dimensão física. É a arte que, como fato inventado, contém e nos permite a relação com o que é real.
  • 3º Dia
    26 de fevereiro, quinta-feira
    Das 14h às 18h

    No ateliê do artista

    Concerto para Encanto e Anel e 4 Cantos/Verso

    Fechando o módulo, o escultor e desenhista Nelson Felix traz a público o processo criativo de dois de seus mais recentes trabalhos - Concerto para encanto e anel e 4 Cantos/Verso.
    O trabalho de Nelson é reconhecidamente marcado pela influência de coordenadas geográficas e as inúmeras camadas de significado que se sobrepõe e conectam partes e trabalhos do artista.
    Na Semana Pensamento Criativo ele tratará da ideia de espaço desenvolvida nestes trabalhos e a trama de significados que vão amalgamando um trabalho ao outro. Interligando exposições, esculturas, ações, deslocamentos, ângulos, etc. "Coordenadas e localizações podem irrigar conceitualmente o espaço expositivo e, muitas vezes, posicionam ou definem elementos próprios da escultura, como: forma, material, proporção ou ritmo.", diz.

    Rigor, caos e natureza

    Em sua palestra, o artista Cadu Costa irá abordar questões relacionadas a tempo, rigor, caos e natureza através de sua própria produção. Destacando seus projetos mais recentes, como o ano vivido na serra carioca numa cabana solitariamente e o tempo de residência no deserto do Atacama.
  • 4º Dia
    27 de fevereiro, sexta-feira
    Das 14h às 18h

    Economia Criativa

    Economia Criativa e Diversidade Cultural

    A economia criativa é, predominantemente, a economia do intangível, do simbólico. Ela se alimenta do talento e da criatividade do ser humano para produzir bens e serviços de alto valor agregado. Por se caracterizar pela abundância e não pela escassez, é uma economia que possui dinâmica própria e, por isso, escapa aos modelos econômicos tradicionais, consumidores de recursos não-renováveis e pouco sustentáveis.
    Para a última parte teórica do ciclo trazemos a visão de quem compreende o processo criativo desde o momento de sua gestação até sua incorporação no contexto econômico e social. A noite é aberta pela doutora Cláudia Leitão mostrando os novos modelos de negócio em que se pauta a Economia Criativa. "Eles ainda se encontram em construção, carecendo, por exemplo, de marcos legais e de bases conceituais consentâneas com os novos tempos. Para que se possa ampliar e qualificar o desenvolvimento, necessitamos, no entanto, garantir a diversidade cultural brasileira. Nela está o fundamento dos imaginários que agregam valor aos nossos bens e serviços. Como religar cultura e economia ao serviço de um novo desenvolvimento?"

    Outros novos caminhos – a economia criativa no Brasil

    A proposta é de discutir sobre o conceito da economia criativa brasileira e de como esta encontra-se imbricada com a criatividade, as oportunidades de novos negócios, a mobilização de coletivos e o desenvolvimento inclusivo. E a partir desse ponto, refletir sobre os saberes e fazeres dos criativos, o empreendedorismo criativo e as cidades criativas.
  • 5º e 6º Dias
    28 de fevereiro e 1º de março, sábado e domingo
    Das 14h às 18h

    Laboratório Criativo

    Laboratório Criativo

    Imerso no universo dos bestiários do Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luis Borges, o módulo prático da Semana Pensamento Criativo - O Laboratório Criativo - pretende aguçar a percepção e envolver os participantes na descoberta de uma maneira lúdica de enxergar objetos ordinários, propor nova função e resignificá-los, inspirando, assim, o processo criativo de transformação de objetos cotidianos e desenvolvendo a técnica de colagem bi e tridimensionais.

    O Laboratório Criativo foi desenvolvido pelo ilustrador O Silva e a pesquisadora de sistemas de representação visual Priscila Borges. O workshop prático busca proporcionar um espaço para experimentação e desenvolvimento de novas relações entre linguagens com o objetivo de desenvolver novas formas de expressão. Em uma época em que os meios digitais exacerbam os processos de cópia, reapropriação e remix como paradigmas do processo criativo.